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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Rafinha Bastos e o Politicamente Correto

Nas últimas semanas o assunto da moda foi o humorista Rafinha Bastos, do CQC, que fez uma piada que envolvia a Wanessa Camargo e o futuro filho dela. A piada na verdade nem merecia esse destaque todo que deram, mas como a imprensa está cada vez mais chata e carente de fatos que lhe rendam o sensacionalismo que tanto necessita, virou polêmica. Eu nem vou falar muito do Rafinha em si. Há quem ame e quem deteste. Eu vi o Stand Up Comedy dele e achei legalzinho, com algumas boas piadas, como a do vinil da Xuxa tocado ao contrário no inferno. Mas enfim, isso é questão de gosto. Pra mim, o mais importante em toda essa discussão é como as pessoas estão ficando chatas e preocupadas em serem politicamente corretas. Porra, isso foi uma PIADA, e não uma cantada na Wanessa ou no feto dela. Merecia essa reação toda? Será que até piada agora terá que ser politicamente correta? Se tiver que ser, não haverá mais piada no mundo.

 As pessoas ainda não sacaram que o politicamente correto funciona mais ou menos como o culto desenfreado ao corpo perfeito. O politicamente correto é o silicone, o botox e a anfetamina do cérebro. Não passa de uma tentativa de fazer com pessoas o que já se faz com produtos de consumo: produção padronizada e em larga escala, tudo milimetricamente igual, sem os defeitos e as nuances que diferenciam cada um dos demais. Ô babacão politicamente correto: estão tentando te robotizar e você nem se dá conta disso. Fico imaginando como seria uma sociedade politicamente correta e fisicamente perfeita: ninguém fala palavrão, ninguém se irrita com nada, ninguém tem defeito físico, o sujeito na hora da foda tem que pedir "por favor" pra meter, e...ninguém questiona nada nem faz piada nenhuma. Há mundo mais chato que esse? Como se não bastassem pastores, padres e outros líderes religiosos nos empurrando goela abaixo um modelo de comportamento venéreo, agora vem a mídia e começa a querer nos impor o que podemos ou não falar. 

Viado tem que ser homossexual, preto ou negão tem que ser afrobrasileiro, puta virou acompanhante, traveco agora é transsexual, judeu ACHO que pode continuar sendo judeu, apelido virou bullying. Quanta palhaçada. Até parece que o desrespeito está na palavra que se usa ou na piada, e não na intenção, mesmo que dissimulada. A mídia, que muitas vezes expõe uma visão totalmente sexualizada de uma criança dançando o "tchan" ou o "vai serginho", não faz nada demais. Mas o cara que brinca na TV dizendo que comeria a Wanessa Camargo e o bebê dela, virou pedófilo. As novelas, que continuam se recusando a terem negros entre os casais principais de suas tramas, não são racistas, mas o cara que faz uma piada de preto é racista, pouco importando se em seu convivio diário este cara não tenha o menor preconceito de cor.

E viva o mundo de lindas embalagens e rótulos, mas com conteúdo totalmente padronizado e pasteurizado.





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