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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Passeata GLBTS, o mea culpa e o oportunismo político

Olá, amigos! O tema de hoje é um mea culpa e uma confissão de estarrecimento diante de uma pessoa pública que acabou propiciando esse mea culpa da minha parte. Vamos aos fatos...

Eu sempre achei que eram desnecessárias essas Passeatas GLBTS,  já que, na minha errônea visão, os gays eram totalmente engajados e respeitados na sociedade como um todo, como aliás, DEVERIA ser. Sempre achei que hoje em dia já contavam com o total apoio e simpatia da maioria da sociedade, e por isso não via muito sentido nessas passeatas, mas neste fim de semana, distante da capital cerca de uma hora e meia, na cidade onde vive a minha familia, eu vi que estava enganado e que as Passeatas GLBTS INFELIZMENTE ainda são necessárias. SIM, era por mim esperado que uma pequena parte de pessoas desinformadas, e geralmente abastecidas de fanatismo por alguns poucos líderes religiosos que invocam DEUS para pregar o ódio e a intolerância, não reagissem bem a um Manifesto Gay. Em qualquer lugar tem isso e não seria diferente nessa cidade. O que me surpreendeu foi o fato de serem organizados e capitaneados pelo vice-prefeito da cidade. Ao que me consta, um vice-prefeito é um mandatário DO POVO, ou seja, de negros, brancos, mestiços, pobres, ricos, católicos, evangélicos, espíritas, heteros...E HOMOSSEXUAIS. O mais triste é que se trata de um garoto novo e com um futuro brilhante, mas que decidiu transitar entre o fanatismo religioso e a politicagem barata, usando vários subterfúgios para tentar maquiar o que estava claro aos olhos de qualquer cego: O PRECONCEITO.



Ao chegar a cidade, tive noticias da passeata e da reação de alguns religiosos, o que, como já disse, nem era surpresa. Eis que bato o olho no facebook e vejo um show de cinismo deste rapaz, o vice-prefeito, que acusou o prefeito de dar apoio a passeata sem ter coragem de assumir este apoio. Antes de qualquer coisa, o que a Prefeitura fez foi o que se espera dela: se limitou a garantir a paz e a segurança do grupo e seu direito a livre expressão. Não deu dinheiro e nem cedeu espaço para publicidade, o que acho correto. A prefeitura não deve levantar bandeiras de segmentos sociais. Deve apenas garantir que esses segmentos possam levantar as suas próprias bandeiras. Já o vice prefeito, esse sim resolveu não admitir uma coisa: O SEU PRECONCEITO. Assim como fez uso de seu mandato para levandar a bandeira do ódio e da intolerância, mas obviamente travestidos de defesa da legalidade(como se houvesse legalidadade na tentativa de tolher um dos direitos fundamentais garatidos pelo nossa Carta Magna: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO)  e das "peculiaridades" da cidade(como se a cidade se resumisse a seus seguidores). Alegou que o movimento era feito por uma ONG desconhecida, que não sabia se era legalizada e etc...só se esqueceu que sendo ou não feito por ONG legalizada, esse movimento é uma manifestação de PESSOAS que têm o direito de se expressar. Mas o oportunismo e a falta de coragem desse rapaz não terminaram aí. Aconteceu o óbvio: um homossexual desta cidade resolveu dar uma resposta (muito bem dada, por sinal) a este jovem político, e este último, ao se defender, alegou que estava apenas exercendo também o seu direito de livre expressão. Só se esqueceu que ele fez um "um pouco" mais que exercer este sagrado direito: TENTOU DE TODAS FORMAS IMPEDIR O ATO, inflamando cada vez mais a intolerancia de seu rebanho. Tentou até questionar a legalidade do Ato, e o pior: fez uso político de sua intolerância. Achei engraçado na resposta dele quando alegou que sempre tratou bem os gays. ORA, ISSO NÃO É QUALIDADE PARA SE VANGLORIAR. ISSO É OBRIGAÇÃO. E não adianta nada dar um aperto de mão e depois, por detrás do biombo, tentar calar o segmento, né vice-prefeito?

Mas enfim, graças a este show de intolerancia e politicagem barata, eu me rendo: O BRASIL AINDA PRECISA DE MUITAS PASSEATAS GLBTS. Este jovem político me convenceu disso.

Abraços a todos e fiquem com DEUS.


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