Olá,
amigos! O tema de hoje é um mea culpa e uma confissão de estarrecimento
diante de uma pessoa pública que acabou propiciando esse mea culpa da
minha parte. Vamos aos fatos...
Eu
sempre achei que eram desnecessárias essas Passeatas GLBTS, já que, na
minha errônea visão, os gays eram totalmente engajados e respeitados na
sociedade como um todo, como aliás, DEVERIA ser. Sempre achei que hoje
em dia já contavam com o total apoio e simpatia da maioria da sociedade,
e por isso não via muito sentido nessas passeatas, mas neste fim de
semana, distante da capital cerca de uma hora e meia, na cidade onde
vive a minha familia, eu vi que estava enganado e que as Passeatas GLBTS
INFELIZMENTE ainda são necessárias. SIM, era por mim esperado que uma
pequena parte de pessoas desinformadas, e geralmente abastecidas de
fanatismo por alguns poucos líderes religiosos que invocam DEUS para
pregar o ódio e a intolerância, não reagissem bem a um Manifesto Gay. Em
qualquer lugar tem isso e não seria diferente nessa cidade. O que me
surpreendeu foi o fato de serem organizados e capitaneados pelo
vice-prefeito da cidade. Ao que me consta, um vice-prefeito é um
mandatário DO POVO, ou seja, de negros, brancos, mestiços, pobres,
ricos, católicos, evangélicos, espíritas, heteros...E HOMOSSEXUAIS. O
mais triste é que se trata de um garoto novo e com um futuro brilhante,
mas que decidiu transitar entre o fanatismo religioso e a politicagem
barata, usando vários subterfúgios para tentar maquiar o que estava
claro aos olhos de qualquer cego: O PRECONCEITO.
Ao
chegar a cidade, tive noticias da passeata e da reação de alguns
religiosos, o que, como já disse, nem era surpresa. Eis que bato o olho
no facebook e vejo um show de cinismo deste rapaz, o vice-prefeito, que
acusou o prefeito de dar apoio a passeata sem ter coragem de assumir
este apoio. Antes de qualquer coisa, o que a Prefeitura fez foi o que se
espera dela: se limitou a garantir a paz e a segurança do grupo e seu
direito a livre expressão. Não deu dinheiro e nem cedeu espaço para
publicidade, o que acho correto. A prefeitura não deve levantar
bandeiras de segmentos sociais. Deve apenas garantir que esses segmentos
possam levantar as suas próprias bandeiras. Já o vice prefeito, esse
sim resolveu não admitir uma coisa: O SEU PRECONCEITO. Assim como fez
uso de seu mandato para levandar a bandeira do ódio e da intolerância,
mas obviamente travestidos de defesa da legalidade(como se houvesse
legalidadade na tentativa de tolher um dos direitos fundamentais
garatidos pelo nossa Carta Magna: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO) e das
"peculiaridades" da cidade(como se a cidade se resumisse a seus
seguidores). Alegou que o movimento era feito por uma ONG desconhecida,
que não sabia se era legalizada e etc...só se esqueceu que sendo ou não
feito por ONG legalizada, esse movimento é uma manifestação de PESSOAS
que têm o direito de se expressar. Mas o oportunismo e a falta de
coragem desse rapaz não terminaram aí. Aconteceu o óbvio: um homossexual
desta cidade resolveu dar uma resposta (muito bem dada, por sinal) a
este jovem político, e este último, ao se defender, alegou que estava
apenas exercendo também o seu direito de livre expressão. Só se esqueceu
que ele fez um "um pouco" mais que exercer este sagrado direito: TENTOU
DE TODAS FORMAS IMPEDIR O ATO, inflamando cada vez mais a intolerancia
de seu rebanho. Tentou até questionar a legalidade do Ato, e o pior: fez
uso político de sua intolerância. Achei engraçado na resposta dele
quando alegou que sempre tratou bem os gays. ORA, ISSO NÃO É QUALIDADE
PARA SE VANGLORIAR. ISSO É OBRIGAÇÃO. E não adianta nada dar um aperto
de mão e depois, por detrás do biombo, tentar calar o segmento, né
vice-prefeito?
Mas
enfim, graças a este show de intolerancia e politicagem barata, eu me
rendo: O BRASIL AINDA PRECISA DE MUITAS PASSEATAS GLBTS. Este jovem
político me convenceu disso.
Abraços a todos e fiquem com DEUS.
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